15/06/2009

História do MP3.

Eme Pê o quê?

Nos dias atuais, é praticamente impossível não encontrar uma pessoa que tenha não acesso à internet, ou mesmo que nunca tenha mexido em um computador, ou que não conheça ou nunca tenha ouvido falar na palavra “MP3”. Todos têm pelo menos uma vaga noção do que é. Se você pesquisar na internet, provavelmente encontrará desde definições técnicas, até as mais engraçadas e que não respondem nada, como “MP3 é a coisa mais legal do mundo”. ¬¬

Em termos simples, o MP3 é um formato de arquivo de música compactado, praticamente sem perdas de qualidade, ou com perdas praticamente imperceptíveis. O tamanho de um arquivo codificado em MP3 pode variar, mesmo em músicas que possuem a mesma duração, ficando com aproximadamente 10% do tamanho original. Daí o motivo principal da sua popularização.

MP3 foi o nome escolhido para abreviar o que ele realmente significa. Incluindo o “sobrenome”, MP3 é apelido de “MPEG-1 Layer 3”, ou “MPEG-1 Camada 3”. MPEG-1 é a primeira versão do codec, que atualmente é utilizada praticamente só para codificar áudio. Falar “Layer 3”, ou “Camada 3”, não significa que as camadas 1 e 2 são tecnologicamente inferiores. Na verdade, tais camadas diferem da terceira em qualidade e são usadas mais em áudio profissional, como estúdios de produção musical. A camada 3 foi adotada para o áudio que seria distribuído ao consumidor final, por gerar arquivos menores e com qualidades suficientemente boas para o ouvido de quem quer escutar música, ao invés de utilizar o arquivo profissionalmente.

Na década de 1970: um professor chamado Dieter Seitzer, da Universidade de Nuremberg, na Alemanha, estuda, juntamente com alunos, uma forma de transmitir áudio em alta qualidade, através de linhas telefônicas. Com o surgimento das fibras ópticas (e para nosso deleite), Seitzer resolve que sua pesquisa não é mais necessária, e muda o foco para a codificação de música.

Ainda em meados de 1970, o time de Seitzer consegue desenvolver o primeiro processador capaz de comprimir áudio. Karlheinz Branderburg, um dos alunos de Seitzer, que também é um dos atuais detentores da patente do codec do MP3, começa a aplicar princípios de psicoacústica (faz com que o celebro receba as informações da musica, do vocal - mais ou menos isso) nos codificadores de áudio.

Década de 1980: um acordo é firmado entre a universidade alemã e o Instituto Fraunhofer. Contando com mais pessoas, o grupo passa a tentar aperfeiçoar algoritmos de codificação de áudio. Recursos de hardware são criados especificamente para as pesquisas, fazendo com que a meta seja alcançada e os algoritmos melhorem. (Os computadores dos caras tinham 1% da capacidade que os de hoje em dia, e ocupavam andares inteiros de prédios. E você achando que foi fácil. Ah nunca zoem dos nerds porque sem duvida eles que criaram o que temos hoje).

No final dos anos 1980, o MPEG (“Moving Picture Experts Group”) é incorporado à, “Organização Internacional de Padronização”. Sua função é desenvolver padrões de compressão para áudio e vídeo. No último ano da década, Karlheinz Brandenburg apresenta em sua tese de doutorado o algoritmo OCF (“Optimum Coding in the Frequency Domain”). O OCF já possui várias características do que viria a ser o MP3.


Década de 1990: o ano chave dessa década é 1991, pois é a data em que o algoritmo OCF é aperfeiçoado, resultando em um codec extremamente potente, chamado ASPEC (“Adaptive Spectral Perceptual Entropy Coding”), com contribuições da Universidade de Hannover, a empresa AT&T e Thomson, que já havia proposto em 1989 que o ASPEC fosse adotado pelo MPEG como padrão de codificação. (Entenda melhor algoritmo é como uma seqüência de comandos capazes de realizar uma determinada tarefa ou, simplificando, a maneira como você explicaria a um turista como chegar ao shopping mais próximo).

Depois de receber inúmeras propostas diferentes, incluindo a do ASPEC, e outra do chamado MUSICAM, o MPEG faz vários testes de formatos e sugere a criação de uma família de esquemas de codificação, que poderíamos definir como “as três camadas”, baseada nos codecs ASPEC e MUSICAM. São elas: Layer 1, que é uma variação do MUSICAM, porém com baixa complexidade; Layer 2, que é uma versão melhorada do MUSICAM; e Layer 3, completamente baseada no ASPEC.

Perceba que, neste momento, ninguém ainda sonhava em utilizar a Camada 3 para distribuição de música digital para os usuários finais. Aliás, os usuários finais estavam felizes e contentes, muito ocupados entulhando a prateleira (e esvaziando os bolsos) com os recém-chegados super-revolucionários CDs.

Em dezembro de 1991, é terminado o desenvolvimento técnico do padrão MPEG-1, e a Layer 3 possibilita a codificação de música com qualidade praticamente idêntica à do CD. Nascia o MP3, mas ainda sem o nome que conhecemos hoje.

Os pioneiros não tinham ideia de que em 2009 seria possível que os usuários finais editassem as músicas a seu gosto. Hoje, softwares totalmente gratuitos, como o Audacity, permitem que você corte e recorte suas músicas e misture com outras para criar seu próprio show musical.

Até o final dos anos 1990, o MP3 chegaria à casa do usuário doméstico, como um tsunami de músicas compactadas. Centenas de pessoas tinham agora os olhos brilhando, pois poderiam ouvir suas músicas prediletas, sem terem o trabalho de trocar os CDs inúmeras vezes. A internet acompanhava o crescimento e facilitava ainda mais a disseminação de informações sobre MP3.

Hoje, se você procurar bem, poderá encontrar equipamentos com o nome MP10 no mercado. As empresas perceberam que as pessoas estavam chamando os MP3 players simplesmente de MP3 e se aproveitaram disso para criar equipamentos com suporte a televisão, rádio, vídeos, jogos e até algumas inutilidades, para nomear dispositivos. Portanto, cuidado: o formato de música mais utilizado atualmente é o MP3. Ter um player que se chama MP10, não quer dizer que você está pronto para executar o formato MP10.


Cansativo de ler, mais já deu de saber uma pouco mais sobre MP3, essa tecnologia que domina o mundo ^^

2 comentários:

Anônimo disse...

aushuahsuahs, ficou bem legal sim =D
eu nunca tinha parado pra pesquisar sobre isso.
acho que na primeira frase do texto tu esqueceu um "não".

até.

Felícia Mendes disse...

^^ obrigada, é verdade tinha lido e achei que tava sem nexo mesmo, obrigada por avisar.